Cannabis e quimioterapia: planta ajuda reduzir efeitos colaterais

No tratamento quimioterápico, queda dos cabelos, náuseas e vômitos são exemplos de efeitos colaterais que os pacientes podem experimentar durante o tratamento. Vamos ver à frente o que a Cannabis e a quimioterapia têm a ver.
Além dos efeitos físicos, a ansiedade e a depressão também rondam quem está lutando contra o câncer.
Portanto, saber como funciona e o que esperar da quimioterapia pode ajudar o paciente ou a paciente a se preparar para o tratamento e a tomar decisões durante o processo.
Isso inclui, por exemplo, escolher a Cannabis como uma forma de amenizar os efeitos físicos e emocionais.
Cannabis como alternativa no tratamento com quimioterapia
O encontro anual da ASCO (Sociedade Americana de Oncologia Clínica, em tradução livre), que aconteceu em Chicago (EUA), em 2019, trouxe a questão da Cannabis como alternativa terapêutica para pacientes oncológicos.
Entre os temas abordados estava o uso da planta para ajudar no manejo da dor e no controle de efeitos físicos, como a náusea e vômitos, e de efeitos emocionais, como a ansiedade e a depressão.
Entretanto, a citotoxidade da quimioterapia não leva somente a esses efeitos colaterais.
Muitas disfunções podem acometer os pacientes em tratamento além dos efeitos físicos e emocionais já citados.
Estudo publicado na NCBI (National Center for Biotechnology Information) aponta que a Cannabis oferece uma “melhora significativa” em sintomas como fadiga, perda de peso, anorexia, constipação, disfunção sexual, distúrbios do sono e coceiras.
A pesquisa foi prospectiva e observacional, avaliando o tratamento auxiliar ou paliativo em pacientes com câncer.
Náuseas e vômitos
Náuseas e vômitos são elementos importantes na resposta defensiva ou protetora dos animais para evitar a ingestão ou digestão de substâncias potencialmente nocivas.
Por isso, são sintomas de uma variedade de medicamentos. Como, por exemplo, os destinados para tratar o câncer.
Outro estudo publicado na NCBI traz a investigação das propriedades da Cannabis que levam a uma melhora no quadro desses sintomas.
“Com a descoberta do sistema endocanabinoide, foram descobertas também novas maneiras de regular tanto a náusea quanto o vômito”, diz o estudo.
Para conter esses sintomas, nos EUA, o FDA (Food and Drug Administration) aprovou dois medicamentos orais com THC (um dos canabinoides mais estudados pela ciência).
Os fármacos são administrados em pacientes oncológicos que passaram por quimioterapia e não responderam à terapia antiemética padrão.
O Dronabinol e o Nabilone (canabinoides sintéticos) apresentaram efeitos positivos melhores do que outras drogas para aliviar esses sintomas.
Portanto, mesmo com o uso de farmacológicos tradicionais, o uso da Cannabis pode ajudar a potencializar a redução dos efeitos colaterais da quimioterapia.
Cannabis e outros fármacos
Artigo publicado na Science Direct afirma que em estudos de combinação com proclorperazina (medicamento usado para tratar náuseas, esquizofrenia, enxaquecas e ansiedade) apontam um aumento da eficácia quando usado junto com o dronabinol.
A publicação diz ainda que em estudos-piloto abertos, o dronabinol melhorou o apetite de pacientes oncológicos. Além disso, foi bem tolerado para administração crônica.
O mesmo efeito positivo do THC em combinação com outros medicamentos também foi constatado em casos de crianças em tratamento com quimioterapia.
Artigo publicado na Europe PMC relata a comparação dos efeitos antináusea e antivômito do THC em crianças recebendo quimioterapia com os do xarope de metoclopramida (fármaco utilizado pela medicina no tratamento de distúrbios gastrointestinais) e comprimidos de proclorperazina em dois estudos duplo-cegos.
De acordo com o artigo, o THC foi considerado um agente antináusea e antivômito significativamente melhor, além de, em alguns pacientes, o THC aumentar o apetite durante o tratamento com quimioterapia.
Portanto, a cannabis e quimioterapia podem ser grandes aliadas no tratamento do câncer, cada uma a sua maneira.
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